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Resenha de "Star Wars: Ascensão da Força Sombria"

  • irineufdaniel
  • há 1 dia
  • 9 min de leitura

Star Wars: Ascensão da Força Sombria

Depois de ler o primeiro livro da trilogia, chamado "Herdeiro do Império" (leia essa resenha aqui), eu estava animado para ler a sequência e não fiquei nem um pouco desapontado. Então, farei agora minha resenha de "Star Wars: Ascensão da Força Sombria", segundo livro da trilogia Thrawn, escrito por Timothy Zahn.

Acho que é importante ressaltar logo de início que esse livro é bem melhor que o primeiro, mas não estou dizendo que Herdeiro do Império é ruim, muito pelo contrário, o segundo livro só pôde ter uma história tão boa por causa do primeiro. Todas as coisas que acontecem nesse livro são consequências diretas do primeiro livro. Isso não só indica que o planejamento da história foi muito bom, mas também mostra a importância do primeiro para uma nova história.

A história começa quase imediatamente após o fim de "Herdeiro do Império". Han voltou para Coruscant e está falando com o conselho da Nova República juntamente com sua esposa Leia. Lá eles enfrentam problemas políticos já que Fey'lya está tentando subir no governo tomando a posição do General Ackbar. Enquanto isso, Luke e Lando estão na cidade onde houve a batalha final do primeiro livro. Os dois conseguem proteger a cidade de contrabandistas e temos cenas muito interessantes de Luke usando suas habilidades com a força para lutar e antecipar os movimentos de seus adversários. Gostei ler sobre como os poderes da força funcionam da perspectiva do Luke. Esse livro mostra muito mais Luke em ação usando a força do que o primeiro.

Depois, Luke vai para Coruscant e conversa com Han e Leia sobre seus próximos passos. O três suspeitam que Fey'lya possa ser um traidor, trabalhando juntamente com o império, mas precisam provar. De qualquer forma, é um fato que Ackbar está sendo incriminado, então eles precisam limpar seu nome e acreditam que no processo vão encontrar provas contra Fay'lya, caso ele realmente seja um traidor. Depois disso os três se dividem. Leia parte com Chewbacca para o planeta dos Noghri, como tinha combinado com Khabarakh (Han não gosta nada disso, mas aceita), Luke, Han e Lando viajam para um planeta onde suspeitam que Fey'la tem operações secretas.

Enquanto isso tudo acontece, vemos que Thrawn está fazendo ataques estratégicos contra rotas de comércio da Nova República e caçando Karrde, que salvou a vida de Luke e traiu Thrawn no livro anterior. Ajudando Karrde e livrando todos eles algumas vezes das mãos do império temos Mara Jade. Mara está despertando seus poderes na força outra vez (porque ela aparentemente perdeu sua conexão com a força após a morte do imperador).

Esse livro também tem um grande foco em uma frota com 200 naves de combate que se perderam décadas atrás, essa frota, a "frota Katana" ou "Força Sombria" é algo que apenas Karrde sabe onde está, mas ele não quer trocar essa informação com Thrawn, mesmo com Mara sugerindo isso para eles se livrarem da perseguição implacável do império.

Após uma batalha no planeta que tinham ido visitar, Luke se separa de Han e Lando e segue para visitar o misterioso Mestre Jedi Joruus C'baoth. Luke não faz ideia que ele é louco e que está trabalhando juntamente com o império. Quando Luke chega no planeta vemos eles interagindo, mas C'baoth finge ser um Jedi do bem e age com grande superioridade e arrogância que fazem Luke se questionar sobre algumas cosias. Luke pensa que Yoda e Obi Wan eram completamente diferentes dele, mas também pensa que talvez os jedi fossem diferentes do que ele imaginava e não sabe bem o que pensar. Em certos aspectos Luke simplesmente discorda dele e depois de um tempo chega a conclusão que ele é louco, mas pensa que ele é uma pessoa que simplesmente precisa de ajuda. R2 se preocupa bastante e não confia nem um pouco nesse suposto metre jedi (R2 é sempre incrível em qualquer mídia de Star Wars).

Leia chega com Chewbacca e C3PO no planeta Honoghr e tem um grande azar, porque Thrawn foi para lá e está no planeta (onde todos são leais ao império). Porém, eles estão com Khabarakh e ele prometeu a segurança de Leia, então a sua tribo se compromete em mantê-la em segredo do império para manter a promessa de um dos seus. Leia aprende mais sobre a história do planeta e como uma guerra entre o império e os rebeldes destruiu tudo e quase extinguiu a raça inteira. Durante sua estadia lá, Leia vê o Grande Almirante Thrawn, mas se mantém escondida até ele sair do planeta.

Depois de algum tempo Leia descobre que a guerra que destruiu o planeta foi mais antiga, durante as Guerras Clônicas e não contra a rebelião e que o império está garantindo que nenhuma comida possa crescer no planeta para que os Noghri permaneçam em servidão leal para sempre. Leia se arrisca e passa por alguns perigos, mas consegue provar para todo o planeta que o Império está mentindo para eles e não trabalhando para o seu bem. Após isso, Leia vai para Coruscant.

Han e Lando descobrem mais sobre Fey´lya, inclusive que ele não é um traidor, apenas um político egoísta que está disposto a fazer quase qualquer coisa para se promover na República. Isso tira algumas preocupações, mas não altera o fato de que ele é muito irritante e está beneficiando os planos de Thrawn com todas as suas maquinações. Han encontra um antigo senador que se separou da rebelião há alguns anos e possui um pequeno exército. Han e Lando decidem que vão tentar levar esse senador de volta para a República, mas também ficam sabendo sobre a frota katana e partem para encontrar alguém que sabe sobre o paradeiro dela.

Voltando para Mara Jade, ela acaba sendo pega pelo Império e, para sobreviver, prova sua identidade como a "mão do imperador", o título que tinha na época em que trabalhava para o império e era treinada pelo próprio imperador Palpatine nos caminhos sombrios da força. Ela conversa com Thrawn e acaba dizendo que conseguiria a localização da frota Katana como prova de sua lealdade ao império. Nesse mesmo acordo ela diz que por entregar a frota Katana, Karrde e seu grupo de contrabandistas deveriam ficar livres da perseguição do império. Thrawn concorda com esse acordo, mas a interação deles é interessante e me fez gostar mais da Mara. Eles brigam e diminuem um ao outro falando do antigo império e suas posições (eles já se conheciam). Thrawn comenta que Luke Skywalker está nas mãos de um jedi louco das sombras no planeta Jomark e que mandaria Mara Jade para lá, caso ela se tornasse um problema.

Thrawn não honra o acordo, segue Mara Jade e captura Karrde. Mara fica muito irritada, mas nota que não poderia fazer nada naquele momento e finge ter muita lealdade para com Thrawn. Depois ela acessa os computadores do império e consegue informações importantes para colocar seu plano em movimento. Ela consegue uma nave, um ysalamiri (animais que bloqueiam a força) e vai atrás de Luke. O plano dela é pedir ajuda de Luke e convencê-lo a ajudar já que Karrde ajudou a salvar Luke no primeiro livro. Ela chega lá e é recebida por C'baoth tentando derrubar sua nave com a força, mas Mara consegue pousar e R2, usando a nave de Luke, ameaça atirar nela, mas Mara consegue a confiança de R2 e os dois se encontram com o Jedi das trevas.

C'baoth mostra quem realmente é para Mara, mas ela está sob a proteção do ysalamiri. Luke chega no meio da conversa e Mara persebe que C'baoth está usando a força para atordoar os sentidos de Luke e manipulá-lo. Ela se aproxima de Luke e o ysalamiri o protege dessa influênica das trevas. Luke percebe tudo o que estava acontecendo e se prepara para enfrentar o velho do mal. Ele joga seus raios contra Luke, mas ele defende com seu sabre de luz. Mara também entra na luta, mas quem resolve tudo é R2, atirando com a nave do Luke em Corus. Quando Luke vê que ele está inconsciente, ele decide ir embora, mas Mara diz que é melhor matá-lo "não se deixa um inimigo vivo para trás", mas Luke diz que não quer matar Corus e acha que talvez ele precise de ajuda.

Mara aceita e diz que precisa de ajuda para libertar Karrde. Luke aceita imediatamente e isso surpreende Mara. Os dois invadem a nave do império (especificamente a mesma em que Thrawn está) e libertam Karrde (com muita dificuldade). No fim do livro todos entram em uma corrida para ver quem pegará a frota Katana primeiro, mas infelizmente Thrawn consegue a grande maioria das naves. Luke salva a vida de Mara (que tinha ficado perdida no espaço depois da última batalha do livro) e Han descobre que o Império está usando clones para aumentar seu exército. Outro detalhe importante é que Leia e Karrde conseguem expor o quanto Fey'lya é traiçoeiro e ele finalmente é derrubado.


Como já mencionei antes, gostei mais desse livro do que do primeiro e isso foi uma boa surpresa. Mara Jade é uma personagem muito interessante e, sinceramente, é a minha preferida desses livros (sem contar com o trio original). É até triste que nunca a veremos em uma adaptação da live-action. Até porque, ela é exatamente o que os estúdios tentam criar hoje em dia e geralmente não conseguem, uma personagem feminina forte e bem escrita. Ela tem uma gratidão pelo imperador e é assombrada pelo seu fantasma que quer que ela mate Luke, mas as coisas não são tão simples e ela não é uma pessoa ruim. Na verdade, por mais que ela não queira admitir, ela gosta do Luke (mesmo acreditando que ele destruiu a vida dela quando derrubou o Império), ela também é leal ao Karrde e se sente profundamente grata por ele ter ajudado e ficado ao lado dela em um momento difícil de sua vida. Ela é uma personagem muito interessante e complexa.

Luke, Han e Leia também são personagens incríveis e cada um tem sua oportunidade de brilhar na história. Incrível como eles recebem o respeito e a importância nesses livros que nunca tiveram nas sequências feitas pela Disney. Cada um deles têm traços únicos de personalidade como vemos nos filmes, mas também já tiveram um bom crescimento. A história de Leia é bem interessante, porque mostra seu lado bondoso e cheio de compaixão, que são as características que a tornam uma boa líder e diplomata, mas também vemos ela ser forte e corajosa, virando uma raça inteira contra o império sem usar violência. Ela diz que quer usar os poderes da força na diplomacia no primeiro livro e vemos ela fazendo isso nessa sequência.

Han também tem seus momentos inteligentes, engraçados e cheios de recurso enquanto se mete em vários problemas no decorrer do livro. Na verdade, do trio principal ele sempre foi o personagem que eu menos gostei, quando comparado com Luke e Leia (talvez isso seja uma opinião impopular), mas acho que esses livros o representam muito bem e os fãs do personagem com certeza gostariam de ler essa história.

Existe um ponto nesses livros que eu acho engraçados e merecem ser ressaltados. Essa trilogia foi escrita antes de George Lucas lançar os três filmes que conta a história de Anakin Skywalker e sua queda para o lado sombrio. Então, existem detalhes sobre o universo de Star Wars que conhecemos hoje, mas que não existiam nessa época. Por exemplo, o planeta Coruscant apareceu primeiro nesses livros e ainda não tinham aparecido em nenhum filme. A história (e existência) de Padmé também era completamente desconhecida e por causa disso, algumas coisas são comentadas nesse livro que não estão corretas segundo a trilogia "prequel". Isso ocorre principalmente nas partes em que Leia é o foco. Quando ela lembra como sua mãe a deixou, quando ela comenta que as guerras clônicas aconteceram há muitos anos e etc. Até porque, segundo esse livro Anakin já era Darth Vader quando visitou o planeta há uns quarenta anos, no final das Guerras Clônicas, mas hoje em dia sabemos que as Guerras Clônicas não aconteceram há tanto tempo e que Anakin caiu para o lado sombrio logo após o final da guerra e isso foi logo antes (quase ao mesmo tempo, na verdade) do nascimento de Luke e Leia. Claro que esse é um dos motivos de esses livros fazerem parte do universo "legends" de star wars e não do cânone oficial. Mas isso já entrará em outros detalhes que não planejo cobrir nessa resenha.

Essa parte das Guerras Clônicas eu até acho bem interessante, porque elas são mencionadas por Luke no primeiro filme (episodio 4), mas nunca houve nenhum outro detalhe, então o autor trabalhou com o que tinha. Aliás, falando sobre os clones, isso com certeza será outra grande mudança. Não quero falar muito sobre isso antes de ler o próximo livro, mas a história dos clones já parece ser diferente da história que conhecemos de forma tão minuciosa com vários filmes e programas de tv. Com certeza o planeta Kamino não existe no universo dessa trilogia, então falarei mais sobre essas diferenças na próxima resenha.


Basicamente, esse livro é uma leitura obrigatória para os fãs de Star Wars e apresenta uma continuação muito mais interessante, bem-escrita e prazerosa para qualquer um que goste dessa galáxia distante.

Não esqueça de comentar suas opiniões sobre os livros e sobre as sagas.

 
 
 

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Daniel F. Irineu.

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